Reformas vs empregabilidade

Quando o Governo anuncia que vai indexar a idade da reforma à esperança de vida, convinha tentar perceber primeiro quais as reais hipóteses de empregabilidade, a partir de uma certa idade.
Hoje em dia, a partir dos 40 anos já começa a ser muito difícil arranjar emprego (mesmo com qualificações superiores), o que fazer no futuro quando algum cidadão empregado cair no desemprego com esta idade e tendo de trabalhar até aos 65, no mínimo...
Estarão na forja incentivos para empregar activos com mais de 45 anos? Incentivos fiscais para empresas que tenham nos seus quadros X por cento de activos com mais de 45 anos? Ou irá o Estado virar-se para medidas que visem a possibilidade de optar por regimes de fundos pensões privados, descontando apenas uma pequena percentagem para a segurança social pública?
Não basta dizer que isto está difícil e que são precisos sacrifícios. Pode parecer demagogia pura, mas veja-se quem são os que mais induzem em esforço a contabilidade da caixa de previdência e que teriam possibilidades de a aliviar. Não será altura de rever os privilégios das mais altas instâncias estatais, nomeadamente as reformas antecipadas?
Vamos aguardar por próximas novidades...